Greenpeace quer incentivar uso da energia solar no Cariri

Universidade Leão Sampaio inaugurou recentemente seus 816 módulos para produção de energia solar (Foto: Serena Morais/Jornal do Cariri)

A Organização Não Governamental Greenpeace esteve no Cariri para apresentar um projeto de incentivo a produção e utilização da energia solar. A professora Vânia Stolze, especialista na área e representante da Organização enviada ao Cariri, considera a região privilegiada por possuir um dos maiores potenciais solares do País. O problema, segundo a professora, a população ainda é desinformada sobre o tema.

Por esta razão, as escolas, universidades e demais instituições educacionais foram os ambientes escolhidos, pela coordenação do projeto “Multiplicadores Solares”, para explicar à região sobre a importância de usar o sol como fonte primordial para a geração de energia.

Ainda, segundo Vânia Stolze, há grandes possibilidades em curto prazo dos 32 municípios caririenses serem solarizados, a exemplo de Tocantins e Minas Gerais, os dois estados que mais produzem esse tipo de energia. “É preciso que a população entenda que a geração de energia solar não é bicho de sete cabeças, conhecendo a sua funcionalidade. O público precisa saber que a energia do sol é abundante, gratuita, renovável, democrática e com poucos recursos se poderá ter uma rentabilidade compensadora”, comentou.

O sistema de placas solares, segundo Vania, tem vida útil de 25 anos e a instalação se paga ao longo de sete anos com a economia gerada, o que significa 18 anos de energia gratuita.

Uma das frentes de trabalho da Greenpeace é envolver os bancos públicos e privados na abertura de linhas de crédito para facilitar a aquisição do sistema. Um Projeto ainda a ser aprovado no Congresso Nacional pede a liberação de recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) para o trabalhador instalar o sistema em suas casas.

Para a instalação de placas solares em uma residência de até quatro pessoas, o investimento pode ficar entre R$ 15 mil e R$ 20 mil, garantindo uma geração de 400 quilowatts/hora/mês, cerca de 80% a 90% da necessidade.

A resolução normativa 482/2012 dá direito a todo o brasileiro ser um micro gerador do produto dentro da rede distribuída, o que dispensa o banco de baterias para armazenamento. O excedente do uso diuturno é devolvido a rede elétrica que, no final do mês, deve ser creditado na conta do micro gerador pela concessionária.

Para o professor de biologia da Universidade Regional do Cariri (URCA), Hildenburgo Gonçalves, a região precisa aderir a esse projeto para resolver seus problemas energéticos o mais rápido possível.

A pró-reitora da URCA, Arlene Pessoa, informa que a Universidade tem o interesse de gerar sua própria energia e está fazendo parceria com a Greenpeace, e os alunos dos cursos de Biologia e Engenharia Ambiental no sentido da viabilização do projeto.

Um grupo de jovens acadêmicos se uniu com a missão de levar informação a população sobre a importância da geração de uma energia limpa e renovável. Ivanildo dos Santos faz parte desse grupo e disse que o assunto será tema central da Semana de Biologia. O evento será realizado de 30 de maio a 1º de junho, na Urca.

O empresário Marco Antônio Peixoto, da empresa Helius Energia Solar, sediada em Crato, esclareceu que, hoje já possui linhas de crédito disponíveis para empresas que queiram implantar o sistema. As taxas de juros variam entre 0,76 % ao mês e 0,95 % ao mês, com prazo de pagamento de até 12 anos. Segundo o empresário, a partir do momento que o sistema estiver instalado e homologado pela concessionária, a empresa já terá a redução na conta de energia e utilizará o dinheiro economizado para pagar a prestação do financiamento.

Algumas empresas já utilizam essa tecnologia, como a Universidade Leão Sampaio, que recentemente inaugurou seus 816 módulos instalados, um investimento em torno de R$ 1,5 milhão de reais.

Fonte: Jornal do Cariri

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