Gestões municipais se preparam para vacinar população caririense


Na semana passada, período no qual o Brasil atingiu a marca de 200 mil mortos pela covid-19, duas notícias foram alentadoras para o combate ao novo coronavírus. A CoronaVac, vacina produzida pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac, obteve taxa de eficácia de 78%. Diante disso, o Ministério da Saúde anunciou a compra de 100 milhões de doses do imunizante para serem distribuídas no território brasileiro.



É neste cenário promissor que secretarias de Saúde de cidades caririenses preparam planos municipais para imunizar as populações contra o novo coronavírus. Em fase mais adiantada, Crato anunciou, na sexta-feira (8), ter concluído o plano municipal para ser encaminhado à aprovação do Conselho de Saúde local. Em Juazeiro do Norte, a coordenadoria de imunização monta equipes, capacita profissionais e convoca aprovados em concurso público recente para reforçar o quadro visando a campanha de vacinação.

Ao ser empossado para novo mandato, o prefeito de Crato, Zé Aílton Brasil, já havia anunciado ter R$ 7 milhões à disposição para comprar vacinas. “Continuamos nessa luta, nesse enfrentamento, na esperança de que este ano possamos vencer esse grande desafio. Estarei na luta para que nos próximos dias possamos contar com a vacina para trazer a imunização do nosso povo”, disse Zé Aílton. Na sexta-feira (8), a secretária de Saúde cratense, Marina Feitosa, anunciou o plano municipal de vacinação. O documento contempla um conjunto de ações que reúne setores da atenção primária, vigilâncias epidemiológica e em saúde, além de ações para mobilização e comunicação a serem direcionadas à população. “Tão logo esses imunobiológicos estejam disponíveis para aquisição, o município do Crato já tem essa organização para garantir aos cratenses o acesso para os grupos prioritários e outros grupos que possam ser contemplados, de acordo com as orientações técnicas das autoridades sanitárias", assegura.

Apesar de os indicadores não apontarem uma segunda onda de casos e óbitos em decorrência da covid-19 no Cariri, a secretária de Saúde em Juazeiro, Francimones Rolim, ordenou a reabertura e reestruturação de equipamentos de saúde, como a UPA Covid e o Hospital de Campanha, assim como a compra de insumos para ampliar a testagem no Município. Ela relembra que a competência de comprar vacinas cabe ao Estado e à União. “A competência do Município é organizar sua equipe, estruturar os serviços de imunização para que, ao chegar a vacina, tenhamos toda a estrutura montada para que a vacinação seja realizada. Então, estamos montando. A nossa coordenadora [de imunização] já está formando a nossa equipe. Temos um concurso vigente que estamos chamando os nossos profissionais para que, tão logo a vacina chegue, Juazeiro esteja pronto para fazer a imunização”, detalha.

A mudança ocorre em meio a uma possibilidade de segunda onda de casos e de óbitos já enfrentada por diversos países e municípios brasileiros. “Ainda não conseguimos identificar a segunda através dos indicadores”, diz a secretária juazeirense. Contudo, uma das primeiras ordens dada por ela foi o reforço nos serviços de combate e tratamento contra o novo coronavírus. “Da forma como estamos implantando os nossos serviços, reativamos a UPA Covid, estamos em processo de organização para reativar o Hospital de Campanha e adquirindo testes, acredito, sim, que estaremos preparados caso venha acontecer um aumento de casos no nosso Município”, acrescenta Francimones.

Ainda em Juazeiro, o prefeito Glêdson Bezerra disse que o Município considera a possibilidade jurídica da compra de vacinas por municípios. “Enquanto existe uma dúvida sobre isso, se o município pode ou não, já estamos trabalhando junto ao Ministério da Saúde. Estive em conversa com o secretário nacional da política especializada e com o presidente nacional do Conasems (Conselho Nacional das Secretarias Municipais de Saúde) e ambos já demonstraram total interesse em fazer a parceria conosco, em ajudar o Município e enviar unidades da vacina para Juazeiro do Norte. Afinal de contas, se isso não acontecer (vacinação), todo o resto está prejudicado, como aulas, comércio, romaria e todo o resto”, afirma o prefeito.

Com informações do Jornal do Cariri/ROBSON ROQUE


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