Tite fará estreia pelo Brasil no pior alçapão da América do Sul

Tite caminha em Quito, capital do Equador, durante treinamento da seleção brasileira (Rodrigo Buendia – 30.ago.2016/AFP)


Campo e torcida são fatores de grande influência no futebol em qualquer parte do mundo.

Na América do Sul, não é preciso ter em mãos números para saber disso. Basta acompanhar com alguma frequência as partidas da Taça Libertadores para perceber o quanto é difícil ganhar, e muitas vezes até mesmo empatar, longe de casa.

Nas eliminatórias para a Copa do Mundo, não é diferente.

E Tite, substituto de Dunga na seleção brasileira, não poderia encarar um alçapão mais perigoso em sua partida de estreia, nesta quinta (1º), às 18h (horário de Brasília), pelas eliminatórias da Copa do Mundo da Rússia.

O estádio Olímpico Atahualpa, na altitude de Quito (2.850 m acima do nível do mar), a capital equatoriana, é um verdadeiro pesadelo para os visitantes.

A última vez que o Equador perdeu um jogo lá foi no dia 10 de outubro de 2009, há quase sete anos: 2 a 1 para o Uruguai, que só ganhou aos 48 minutos do segundo tempo com um gol de pênalti batido por Forlán.

Desde então, os equatorianos disputaram no Atahualpa 11 partidas, todas elas por eliminatórias de Copa – oito para o Mundial do Brasil-2014 e três na disputa atual, para o da Rússia-2018.

No torneio classificatório para a Copa no Brasil, o Equador ganhou sete dos oito jogos e empatou um (1 a 1 com a Argentina). Marcou 15 gols e sofreu 3.

Nos últimos três duelos, derrotou Bolívia (2 a 0), Uruguai (2 a 1) e empatou com o Paraguai (2 a 2). Diante dos paraguaios, dominou as ações e só levou gols porque a zaga falhou feio (Achilier, no primeiro gol, e Achilier e Erazo, no segundo).

Nessa última partida, os equatorianos escaparam por pouco de perder: o empate só saiu nos acréscimos do segundo tempo.

Mas não perderam, e no Atahualpa são nove vitórias nos 11 confrontos mais recentes, um aproveitamento de pontos de 88%. Impressionante.

O segundo melhor mandante, considerando o histórico recente pelas eliminatórias, é o Uruguai. Também invicto em casa (atua no Centenario, em Montevidéu) tanto no qualificatório passado como neste, detém um aproveitamento nessas partidas de 82% (oito vitórias, três empates).

O número de apresentações uruguaias no Centenario desde a última derrota no estádio (1 a 0 para a Argentina, em 14 de outubro de 2009), porém, é maior, já que houve amistosos no estádio: ganhou de Israel, França, Irlanda do Norte, Eslovênia, Guatemala e Trinidad e Tobago e empatou com Holanda e Costa Rica, perdendo este último duelo nos pênaltis – foram batidas penalidades porque estava em disputa o troféu da Copa Antel.

Mesmo levando em conta todas as partidas, o aproveitamento do Uruguai, que sobe pouca coisa, para 82,5%, não chega perto do registrado pelo Equador.

A última vez que o Brasil ganhou dos equatorianos jogando em Quito foi em 17 de agosto de 1983, por 1 a 0, pela Copa América, gol de Roberto Dinamite.

Depois disso, a seleção esteve mais três vezes lá, sempre por eliminatórias de Copa, e não venceu. Perdeu de 1 a 0 em março de 2001 e em novembro de 2004 e empatou por 1 a 1 em março de 2009 – o gol do Brasil foi de Júlio Baptista.

POR LUÍS CURRO/Blog Folha

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