Renato Augusto reclama durante Brasil x Iraque (Foto: Ueslei Marcelino/Reuters) |
Após ser goleado por 7 a 1 para a Alemanha, no Mineirão, na Copa de 2014, a seleção Brasileira encerrou a participação no Mundial com derrota por 3 a 0 para a Holanda em Brasília. Pouco mais de dois anos depois, a camisa amarela voltou a desfilar no Distrito Federal. A torcida fez sua parte e lotou o Mané Garrincha nos dois jogos da equipe. Os jogadores, porém, não corresponderam e voltaram a decepcionar o público local.
A vontade do povo brasiliense em se apaixonar novamente pela seleção brasileira era clara. Gritos de euforia por Neymar e cia e todos os ingressos esgotados com antecedência. A expectativa de goleada sobre a África do Sul deixava o clima leve. Mas aí chegou a hora da bola rolar e tudo desandou.
Apesar de um misto de vaias e aplausos no intervalo, os apupos se intensificaram mesmo após o apito final e o primeiro empate nas Olimpíadas. Mesmo após o tropeço, a confiança na seleção seguia inabalável. Existia a compreensão que foi apenas um jogo ruim e que alguns dias depois a história seria diferente.
No último domingo foi a vez do Brasil encarar o Iraque. Novamente a expectativa era de uma goleada. E assim como ocorreu diante da África do Sul, o empate sem gols voltou a persistir por mais 90 minutos. A paciência da torcida foi diferente. Se no primeiro duelo as vaias só apareceram no fim do jogo, o mesmo não ocorreu contra os iraquianos.
As primeiras vaias ocorreram quando Gabriel Jesus foi substituído. O atacante do Palmeiras mostrou ter sentido o momento ruim da equipe e apresentou futebol abaixo do esperado. Deu lugar a Rafinha sob apupo dos brasilienses. Esse tipo de manifestação virou rotina. De maneira coletiva ou até mesmo individual, como ocorreu com Renato Augusto.
“Eu sabia que se os resultados não viessem ia sobrar para mim e em último caso para o Neymar. Eu sou o mais velho do time [28 anos] e é normal que esse tipo de coisa [vaia] recaiam sobre mim nesse momento. Mas volto a frisar. Tenho certeza que tudo isso só está acontecendo porque o primeiro gol ainda não saiu. Isso está deixando todos nervosos e ansiosos”, explicou Renato Augusto.
Menos mal que os jogadores da seleção brasileira em nenhum momento condenaram as vaias dos brasilienses. Pelo contrário. O teor dos atletas que concederam entrevista [Neymar liderou um grupo que preferiu passar sem falar] mostravam compreensão com o comportamento dos torcedores.
“Não é a primeira vez que fui vaiado por torcedores. Jogador precisa se acostumar com isso para não se abalar. O torcedor junta seu dinheiro e gasta para ver o jogo da seleção. É claro que ele espera ver gols e vitórias. Infelizmente não pudemos dar isso para eles. Queríamos muito, mas vacilamos na hora de fazer o gol”, finalizou Gabriel Jesus.
A seleção brasileira deixa Brasília nesta segunda-feira, quando seguirá para Salvador. Na capital baiana, o Brasil decidira seu futuro nas Olimpíadas diante da Dinamarca, na quarta-feira, na Arena Fonte Nova. Para avançar às quartas de final o time precisa de uma simples vitória ou um empate – nesse caso precisaria de uma combinação de resultados.
Fonte: UOL
0 Comentários