Policial “linha dura” fica famoso por dar lição de moral em assaltantes

Foto/reprodução
Linha dura, assim é conhecido o subtenente Batista Sousa, que trabalha no município de Varjota, no interior do Ceará. Ele recebeu esse apelido por ter o comportamento rígido e por se colocar no lugar dos cidadãos quando prende algum assaltante.
Além de fazer discursos de repúdio, ele já ordenou até que um dos assaltantes parasse de rir enquanto gravava um vídeo contando como havia sido realizada a prisão. Popular em sua cidade, ele faz sucesso emvídeos na internet e já ganho quatro títulos de cidadania nas cidades que trabalhou por prestar um bom serviço: Forquilha, Varjota, Pires Ferreira e Santa Quitéria.
Foto/Arquivo pessoal

“Quando estão presos, eram para estar com uma bola de ferro nos pés, acorrentados e botar pra trabalhar. Mas não, tem almoço, janta, merenda e ainda tem visita íntima. E quando são soltos, não vão procurar igreja para orar não, vão praticar assalto, fazer tudo de novo”, reclama em um dos vídeos. Quando ele cita visita íntima, um dos assaltantes ri e ele retruca. “Não se abra não! Não se abra que eu estou falando com você, seu vagabundo, se feche”, diz o policial. E logo o assaltante contém a risada.
Ele reclama do tratamento que os detentos têm na prisão e de quando um assaltante chama a vítima de “vagabundo” durante a abordagem. “Quem tem que ser bem tratado é cidadão, que trabalha, que merece todo respeito”, defende. Durante a gravação do vídeo, o radialista Frank Oliveira pergunta se a dupla tentou reagir contra a polícia. “Não é nem besta. Se tivesse tentado reagir, estavam todos dois com paletó de madeira”, responde.
O policial já recebeu ameaças devido sua atitude, mas não quer mudar seu comportamento e se classifica como guardião da sociedade abaixo de Deus. “Se eu tivesse medo de bandido, não estava aqui não”, diz enquanto bate no colete, orgulhando-se do seu trabalho. O militar já prestou serviço em Fortaleza, na cidade de Forquilha e atualmente está em Varjota.
 Em outro vídeo, o subtenente está apaisana e faz a apreensão de um homem que teria roubado uma motocicleta de um mototaxista. Ele tira o capacete do homem e deixa que as pessoas vejam e reconheçam o rosto do assaltante. Nesse momento uma mulher diz que o homem já a teria assaltado.
“O elemento pegou o mototáxi às 8h, fez a corrida, depois deu uma furada no mototaxista e cortou o pescoço dele. Daí, fugiu. De tarde, eu estava de folga quando me ligaram avisando que teriam visto ele. Fui à procura e me deparei com o indivíduo. Parti pra cima, consegui imobilizá-lo e fazer a prisão dele, além de recuperar o bom do mototaxista”, relembra.
Ele estava sozinho quando realizou essa prisão. “A nossa profissão é assim, você não tem hora. Muitas vezes, devido às leis do nosso país, parece que estamos enxugando gelo, porque eles [assaltantes] são presos e depois soltos. Mas estamos cumprindo o nosso papel”, declara. Com 51 anos de idade, ele já dedicou 30 à carreira na Polícia Militar, tendo recebido uma honraria por bom serviço prestado à população cearense das mãos do governador Camilo Santana.
Maioridade penal
Ele também acredita que independente da idade, todos deveriam pagar por seus crimes. “Acho que as leis têm que mudar. Porque existe menor perante as leis mas ele não é menor para roubar, matar e estuprar. E quando você consegue pegar um desses tem que dizer as iniciais, não pode mostrar o rosto, tem que dizer que foi apreendido, tudo muda. E com as vítimas? Com os cidadãos? Qual é o direito deles?”, indaga.
Por último, ele afirma ser temente a Deus e que sente orgulho do seu trabalho porque se coloca no lugar do cidadão. “Quando o cidadão liga para a polícia ele está pedindo socorro, então quando eu realizo uma prisão eu entendo que o pedido dele foi atendido. Se todo policial honrasse a sua farda, honrasse o seu serviço e acreditasse no seu trabalho tudo seria melhor”, conclui.


Com informações do Tribuna do Ceará

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