MTST protesta contra o impeachment de Dilma na Avenida Giovanni Gronchi, no Morumbi (Foto: Marcelo Gonçalves/Sigmapress/Estadão Conteúdo) |
A Frente Povo Sem Medo, composta por dezenas de movimentos sociais e sindicais contrários ao impeachment da presidente Dilma Rousseff, entre eles o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), realiza na manhã desta quinta-feira (28) uma série de bloqueios em avenidas e rodovias de oito Estados e do Distrito Federal. O objetivo da frente é "parar o Brasil" em protesto contra o afastamento da presidente.
A maioria das manifestações acontece na cidade de São Paulo. Na Marginal do Tietê, um grupo de manifestantes interdita a pista local no sentido Ayrton Senna, próximo ao Sambódromo. O trânsito já está muito congestionado. Eles bloqueiam todas as faixas ateando fogo em pneus e pedaços de madeira. As chamas formam uma cortina densa de fumaça preta na região.
O MTST também interdita totalmente a avenida Giovanni Gronchi, no Morumbi, o sentido centro da Ponte do Socorro, em Santo Amaro e a Rodovia Anchieta, no quilômetro 23, sentido capital. Na Régis Bittencourt, o trânsito é grande nos dois sentidos, pois um grupo ateou fogo em pneus perto de Taboão da Serra. Na Rodovia Raposo Tavares, houve também um protesto, que foi encerrado no início da manhã. Estão previstos atos também na Marginal do Pinheiros, Radial Leste e na Jacu-Pêssego.
Pelo Facebook, o MTST confirmou nesta quinta que há 14 bloqueios organizados só em São Paulo. "O objetivo da mobilização é denunciar o golpe em curso no país e defender os direitos sociais, que entendemos estarem ameaçados pela agenda de retrocessos apresentada por Michel Temer caso assuma a Presidência. Não aceitaremos golpe. Nem nenhum direito a menos", diz o texto divulgado pelo MTST.
Em Sumaré, no interior de São Paulo, o objetivo é "sitiar" a cidade fechando todos pontos de acesso ao município. Além disso a frente prepara bloqueios em Minas Gerais, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Ceará, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Paraná e Goiás.
Encontro com Dilma
As manifestações com o "Contra o Golpe e Pela Democracia" acontecem três dias depois de Dilma receber no Palácio do Planalto representantes do MTST, Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e Central Única dos Trabalhadores.
No encontro, Dilma ouviu pedidos para que aproveitasse os últimos dias antes da votação do processo no Senado para fazer acenos em direção à base que a reelegeu. Um dos pedidos é a nomeação de integrantes dos movimentos para preencher vagas deixadas por partidos que abandonaram o governo para apoiar o impeachment e entregaram seus cargos no governo.
Segundo relatos, os representantes dos movimentos sugeriram que Dilma tomasse uma série de ações que teriam como objetivo garantir a unidade das entidades na reta final da resistência ao impeachment e na oposição a um eventual governo Michel Temer. Entre elas reajustar o valor do Bolsa Família, retirar projetos enviados ao Congresso que afetam direitos dos trabalhadores, anunciar uma série de desapropriações agrárias e retomar as contratações de empreendimentos do Minha Casa Minha Vida.
Segundo participantes da reunião, Dilma ouviu com atenção e ficou de avaliar os pleitos.
Estadão Conteúdo
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