Foto / reprodução Crato Notícias |
O Jornal do Cariri teve acesso a uma série de documentos sobre a falta de repasse previdenciário junto ao Fundo Municipal de Previdência Social dos Servidores de Crato (PreviCrato). Os documentos estão anexados a um relatório de esclarecimento que aponta irregularidades nos repasses, taxas de administração e nos acordos de parcelamento.
Os documentos apontam que as irregularidades foram cometidas na gestão do ex-prefeito Samuel Araripe (PSDB), entre os meses de novembro e dezembro de 2012. Segundo o relatório, a administração do ex-prefeito deixou de repassar o montante de R$ 848.952,72 nos dois meses. A ex-gestão cometeu, ainda, erros nos valores informados ara firmar acordo de parcelamento.
A informação de valores inferiores a realidade dos repasses não efetuados, segundo o relatório, foi percebida pelo Ministério da Previdência Social (MPAS). Com a identificação do erro, o acordo de parcelamento com a Cad-Prev (Sistema de Informações dos Regimes Públicos de Previdência Social) foi homologado pela gestão do atual prefeito Ronaldo Mattos (PSC).
Com o novo acordo, o valor foi parcelado em 36 meses e deve ser pago pela atual gestão. O relatório da PreviCrato, observa que o fato pode ser tratado como crime contra a Previdência Social, denominado de “Apropriação Indébita Previdenciária”, com previsão de multa e pena de 2 a 5 anos de reclusão.
A outra irregularidade apontada pelo relatório foi com relação aos gastos excessivos da taxa administrativa. Segundo o documento, o valor dos gastos chega a R$ 265.683,61 e o parcelamento foi autorizado pela Câmara Municipal, mediante Lei Municipal (nº 3.075/2014).
Apesar de não se tratarem de débito decorrente de contribuições previdenciárias, os gastos excessivos feitos pela PreviCrato, na gestão do ex-prefeito Samuel Araripe, foram objeto de notificação do MPAS. Os gastos foram parcelados em 23 meses, também pela atual administração.
Somados, a falta de repasses e os gastos chegam a R$ 1.114.616,33. Sobre o caso, a atual gestão da PreviCrato ressaltou que todas irregularidades previdenciárias foram cometidas antes de 2013, portanto, pertencentes a antiga administração.
Contatado pela nossa reportagem, o ex-prefeito Samuel Araripe garantiu não ter deixado qualquer dívida junto ao PreviCrato. Segundo ele, o dinheiro para fazer o repasse da Previdência ficou em caixa, depositado no Banco do Brasil. O recurso, segundo o ex-prefeito, seria oriundo da última parcela do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) de 2012, creditado em 31 de dezembro. Samuel atribui as denúncias à perseguição política.
O atual prefeito Ronaldo Mattos disse desconhecer o dinheiro deixado em caixa pelo ex-prefeito Samuel e ressaltou que todas as comprovações das irregularidades estão embasadas em documentos reconhecidos pelo Ministério da Previdência.
Com informações do Jornal do Cariri
0 Comentários