Em 2015, foram 30.125 visitações ao Museu de Paleontologia (Foto: Elizângela Santos/Diário do Nordeste) |
Um passeio ao Cariri não significa apenas conhecer a realidade atual. O passado dessa região tem muito a mostrar para a humanidade. Esse valor está contido nos achados de milhões de anos, como os fósseis em estado de preservação que chamam a atenção de estudiosos de várias partes do mundo, no Museu de Paleontologia de Santana do Cariri, e nos artefatos indígenas acolhidos na casa mais antiga de Nova Olinda, a Fundação Casa Grande - Memorial do Homem Kariri.
O material revela muito do ser que habitou esse pedaço de chão no Nordeste. Nos dois espaços, as crianças e adolescentes contam um pouco dessa trajetória e mostram o potencial do turismo científico da região, que registra um crescimento anual, em número de visitantes.
Os museus de Paleontologia e a Fundação Casa Grande, em Nova Olinda, registraram juntos, somente no ano passado, uma visitação de quase cem mil pessoas. Uma marca que deixa esses locais entre os mais visitados na região. A fundação contou com 68.794 visitantes em 2015, num crescimento em relação ao ano anterior, conforme uma de suas diretoras, Fabiana Barbosa, de mais de 8.500 visitantes.
O material revela muito do ser que habitou esse pedaço de chão no Nordeste. Nos dois espaços, as crianças e adolescentes contam um pouco dessa trajetória e mostram o potencial do turismo científico da região, que registra um crescimento anual, em número de visitantes.
Os museus de Paleontologia e a Fundação Casa Grande, em Nova Olinda, registraram juntos, somente no ano passado, uma visitação de quase cem mil pessoas. Uma marca que deixa esses locais entre os mais visitados na região. A fundação contou com 68.794 visitantes em 2015, num crescimento em relação ao ano anterior, conforme uma de suas diretoras, Fabiana Barbosa, de mais de 8.500 visitantes.
A Casa Grande não fecha durante nenhum dia da semana, e funciona nos horários das 9 às 17 horas (Foto: Elizângela Santos/Diário do Nordeste)
Agenda
O projeto tem uma dinâmica de eventos que, segundo ela, contribui para esse crescimento. O local não fecha durante nenhum dia da semana, e funciona nos horários das 9 horas às 17 horas. Os artefatos vão desde cerâmicas a material utilizado em pedra pelos índios que povoaram a região. Um vasto material fotográfico, com os sítios arqueológicos descobertos na área, pode ser conhecido pelos visitantes e pesquisadores da área.
O acervo foi reunido pela iniciativa do casal de diretores do local, a arqueóloga Rosiane Limaverde e Alemberg Quindins. Ela tem feito pesquisas na área e montou na fundação um Laboratório de Arqueologia. Recentemente foi criado o Instituto de Arqueologia do Cariri, em parceria com a Universidade Regional do Cariri (Urca).
Na vizinha cidade de Santana do Cariri, desde meados dos anos 80 que foi criado um museu que se tornou um dos mais importantes do período cretáceo do Planeta, onde existem fósseis de espécies que viveram na região há mais de 115 milhões de anos.
Desde répteis, insetos, mamíferos, pássaros, plantas, evidências de uma cadeia que pode comprovar a origem de muitas delas a partir da Bacia do Araripe. Para o paleontólogo Álamo Feitosa, da Urca, instituição que administra o local, é possível que descobertas na própria região comprovem a origem ainda de muitas espécies. A participação de estudiosos do Brasil e exterior em pesquisas a cada ano aumenta na área.
Réplicas
De janeiro a dezembro do ano passado, foram 30.125 visitações ao Museu de Paleontologia. Uma marca que tem crescido a cada ano, conforme a coordenação do equipamento. Normalmente essa estatística é reforçada nos meses de alta estação, como julho e dezembro.
As réplicas chamam mais a atenção do visitante, até pelo caráter lúdico que os dinossauros e répteis voadores, os pterossauros, imprimem nos curiosos por essa ciência que torna a cidade de Santana do Cariri um verdadeiro museu a céu aberto, por conter fósseis em praticamente toda parte da cidade. São cerca de 10 mil fósseis no equipamento, e uma reserva técnica que aumenta a cada ano, com os achados na região, transferência e doação de material.
O museu é um espaço de salvaguarda desse valioso patrimônio achado em solo da Bacia Sedimentar do Araripe. A recepcionista Daiane Soares Matos destaca o crescimento das visitações nos últimos anos.
Alojamento
Normalmente o período de alta estação coincide com uma visitação maior de famílias no museu. Nos outros meses do ano, há uma participação destacada de estudantes, que se deslocam por meio de excursões à região. A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) traz alunos da instituição todos os anos, para vivenciarem aulas sob o céu do Araripe, inclusive já possui um espaço de apoio, com a construção do Centro de Referência Casa de Pedra (CDP), para alojamento dos alunos, com sala de aula no local. "A maioria dos visitantes fica encantada com a preservação dos fósseis", afirma Daiane.
Os estudiosos brasileiros têm presença constante no museu, mas há muitos estrangeiros que buscam desvendar mais desse material raro encontrado na região. Alguns deles, com tecido mole preservado. Os guias atendem os visitantes e recebem uma bolsa para aprender e ensinar ao mesmo tempo.
Os meninos e meninas acompanham as pessoas e são responsáveis por passar informações básicas importantes a respeito desse potencial científico que a região apresenta. A divulgação do museu nos últimos anos tem sido fundamental para colocar o local em evidência, conforme a coordenadora administrativa, Paula Correia Nuvens.
Ela lembra que se dá graças a fatores como a criação e reconhecimento internacional do Geopark Araripe, a reforma e ampliação do local em 2010, além dos achados fósseis inéditos na região, publicados nacional e internacionalmente.
Relevância
Mesmo com um grande acervo no espaço, apenas 3.500 estão catalogados até o momento. Segundo Paula, ainda há muito o que ser feito, já que a reserva técnica é numerosa e sempre estão chegando mais fósseis no local.
O museu está entre os mais importantes do Brasil pelo nível de relevância do seu acervo, a exemplo de espaços como o Museu Nacional da UFRJ, onde existe um número considerável de fósseis da Bacia do Araripe, e o Museu da Universidade de São Paulo (USP).
Para se ter ideia do potencial do Cariri nesse segmento da paleontologia, há cerca de três mil insetos retirados da região, no Museu Nacional de História Natural, em Washington. Outro número significativo no Museu de História Natural, em Nova York. Além disso, o Museu de Paleontologia tem cedido o seu material para estudos, como o empréstimo de quatro vespas para uma aluna que está realizando doutoramento, com base nos fósseis do museu de Santana do Cariri.
O próprio símbolo do museu, uma libélula em perfeito estado, faz jus a uma realidade que se impõe pela qualidade científica dos fósseis encontrados na área do Araripe, pelo grau de conservação.
Mais informações:
Museu de Paleontologia de Santana do Cariri
Telefone:
Fundação Casa Grande
Telefone
Fonte: Diário do Nordeste
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