Prazo para encerramento dos lixões está vencido desde agosto de 2014 (Foto: Serena Morais/Jornal do Cariri) |
Mais um ano se inicia sem que os lixões tenham sido erradicados na região do Cariri. Os municípios deveriam ter extinguido os depósitos desde agosto de 2014, conforme Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Com o prazo vencido, as secretarias de Meio Ambiente garantem que há programação para solucionarem a situação em 2016. Mas, segundo ambientalistas, pode haver letargia nas gestões ambientais municipais, caso seja definida uma nova data para a conclusão dos projetos.
O secretário de Meio Ambiente de Crato, Hildo Júnior, afirma que, pela regra atual, os municípios já deveriam ter desativado seus lixões, pois a data está vencida há mais de um ano. No entanto, ele conta que há expectativa de que uma nova data seja assinada pela presidente Dilma Rousseff, permitindo que os prefeitos concluam a meta até 2020. No seu ponto de vista, a prorrogação causará lentidão dos municípios para se adequar à PNRS.
Informações da Secretaria de Meio Ambiente de Juazeiro dão conta que as prefeituras não operacionalizaram as medidas em tempo hábil, por ausência de recurso financeiro. Contudo, o secretário da pasta, Silva Lima, lembra que o Município já está com um projeto de manejo de resíduos sólidos individual. Há intenção, ainda, de contratar uma empresa alemã para instalação de uma usina que transforma lixo orgânico em energia. Os resíduos secos ficariam a cargo das cooperativas.
No dia 28 de setembro de 2015, prefeitos caririenses se reuniram com representantes da Secretaria das Cidades e da Cagece, iniciando uma discussão sobre a possível implantação de uma Central de Tratamento de Resíduos (CTR) na região. A unidade seria uma alternativa para substituir os lixões e gerenciar diversos tipos de resíduos, reduzindo a poluição e os impactos ambientais e sociais. A proposta do consórcio permanece parada até o momento.
Transtornos
No Sítio Lagoinha, em Crato, moradores reclamaram da fumaça do lixão que invade as casas. Além disso, eles alegam que a água apresenta cheiro e sabor. De acordo com o secretário Hildo Júnior, não deve haver contaminação da água pelo lixão, porque ele está numa copa abaixo do poço onde é captada a água da Lagoinha. No entanto, a fumaça é resultado do incêndio dos materiais, com a produção do gás metano, que se direciona conforme os ventos. “Às vezes, a fumaça alcança a Ponta da Serra e até a área urbana. Vamos torcer para que chova e amenize a situação”, comenta o secretário.
Fonte: Jornal do Cariri
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