Foto: Fabiane de Paula/Diário do Nordeste |
O Governo Federal, por meio da Secretaria
Nacional de Proteção e Defesa Civil reconheceu a situação de emergência em 130
dos 184 municípios do Ceará devido os efeitos da seca. O número corresponde a
70% de todo o território do estado. Este dado inclui as 25 cidades listadas
nesta quinta-feira, 19, no Diário Oficial da União.
O decreto de emergência cria um sistema
jurídico diferenciado para ações de assistência, como atendimento com
carros-pipa e montagem de adutoras de engate rápido. Segundo a Coordenadoria
Estadual de Defesa Civil (Cedec), a maior parte dos municípios cearenses em
situação de emergência é atendida atualmente pela Operação Carro-Pipa executada
pelo Exército Brasileiro, cujo atendimento abrange as zonas rurais. A Cedec
mantém carros-pipa atendendo oito cidades. Em sete dessas, o serviço também
inclui as zonas urbanas.
O Ceará passou em 2016 pelo quinto
ano seguido de seca. O prognóstico de chuvas para parte da chamada quadra
invernosa de 2017, período de fevereiro a maio em que são esperadas chuvas mais
intensas no estado, indica probabilidade de 40% de que o volume das
precipitações ficará dentro da média histórica. O anúncio foi feito ontem, 18,
pela Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos.
A perspectiva traz certo alento, já
que a quadra invernosa de 2016 teve chuvas 45% abaixo da média histórica, que é
600 milímetros (mm), e entrou para a lista dos 10 anos mais secos da história
do Ceará. A possibilidade de chuvas dentro da média não desvia a atenção da
situação dos reservatórios do estado, que estão com apenas 6,4% da capacidade
útil. Dos 153 açudes monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos
34 chegaram a 0% da capacidade.
Além das 130 cidades reconhecidas
pelo Governo Federal, 7 municípios da Região Metropolitana, incluindo a capital
Fortaleza, estão em situação de emergência decretada pelo Governo do Ceará.
Toda a região convive há mais de um ano com uma oferta reduzida de água e com
metas de consumo para economizar. O açude Castanhão, um dos reservatórios que
abastecem as 17 cidades da Região Metropolitana e o maior de usos múltiplos do
Brasil acumula atualmente 5% do seu volume útil, que é 6,7 bilhões de metros
cúbicos (m³).
Agência Brasil
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