Operação sigilosa: irmão de líder do PCC é levado para SP

Foto/reprodução SBT

O irmão de Marcos Willians Herbas Camacho, o ´Marcola´, líder da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), que havia sido preso pela Polícia Federal (PF) no fim do mês deste ano, em Fortaleza, foi transferido da carceragem da PF, na Capital, para o Presídio de Segurança Máxima de Presidente Venceslau (a 620Km a oeste de São Paulo). Alejandro Juvenal Herbas Camacho Júnior foi recambiado há duas semanas, mas por questões de segurança o procedimento foi mantido em absoluto sigilo pelas autoridades.

A informação foi confirmada por funcionários da 2ª Vara da Justiça Federal de Araçatuba e pelo advogado José Cláudio Benevides Vieira Júnior, que representou os interesses de Alejandro quando ele foi capturado aqui em Fortaleza. O advogado informou apenas que havia tentado junto à Justiça a permanência aqui no Ceará, mas como o pedido tinha sido negado, já não representava mais o acusado. "O processo será acompanhado por outro escritório em São Paulo".

Alejandro Camacho foi preso no dia 29 de março deste ano no bairro Sapiranga, em Fortaleza, durante ´Operação Quinta Roda´, comandada pelo Núcleo da PF, em Araçatuba, São Paulo. A ação visou desmantelar uma organização criminosa responsável por adquirir drogas no exterior e introduzi-la no Brasil.

Ao todo durante a ação, a PF cumpriu 28 mandados de busca e apreensão e 36 mandados de prisão em São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul e Ceará. Segundo as investigações da PF, a organização criminosa era responsável por adquirir grande quantidade de drogas, principalmente maconha e cocaína, do exterior. Os principais Países envolvidos nas negociações com o Brasil eram Paraguai e Bolívia.

Coube aos agentes da PF no Estado apenas cumprir ao mandado de prisão preventiva expedido pela Justiça Federal em São Paulo. Após a captura na capital cearense, o irmão de Marcola compareceu perante ao juiz Danilo Fontenelle Sampaio, titular da 11ª Vara da Justiça Federal, para uma audiência de custódia. Depois, ele permaneceu recolhido na carceragem da PF.

O objetivo dos advogados do acusado era que ela respondesse ao processo no Ceará e permanecesse próximo da mulher e da filha. No entanto, a Justiça Estadual negou solicitação. Em decisão do último dia 7 de abril, o pedido foi indeferido pela Corregedoria dos Presídios e Estabelecimentos Penitenciários da Comarca de Fortaleza.

"Verifico que o apenado não possui processo criminal no Estado do Ceará. Porém, o fato que mais influência no convencimento deste Juízo é o alto excedente em número de presos em nossas unidades prisionais, o que configura flagrante desrespeito aos princípios da Execução Penal, em especial ao da humanidade".

O Departamento de Polícia Federal solicitou a reconsideração da decisão. No entanto, no último dia 18, foi ratificado o despacho anterior. "Não é apropriado, nem seguro a permanência do preso, Alejandro Juvenal Herbas Camacho Júnior, nesta Unidade da Federação",

De acordo com servidores da 2ª Vara da Justiça Federal em Araçatuba, o processo da ´Operação Quinta Roda´, que tramita sob segredo de Justiça, foi enviado à Polícia Federal para conclusão das investigações.

A reportagem tentou contato por telefone com o delegado federal Frederico Franco Rezende, da PF de Araçatuba, mas foi informada pelos servidores do órgão que ele não poderia comentar o caso, que ainda sob investigação sigilosa.

Fonte: Diário do Nordeste

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