Beto Fernandes, Nadier Martins, Wellington Oliveira e Enoque Silva. (Foto: Arquivo/Agência Miséria) |
Sob o título “O Rádio Está de Luto”, o radialista e psicólogo Ronaldo Costa escreveu um artigo e o enviou à redação do Site Miséria no qual faz referências às mortes de quatro radialistas num curto intervalo de cinco meses. Pior que isso, somente neste mês de fevereiro foram três. Beto Fernandes e Wellington Oliveira foram vítimas de infartos fulminantes, enquanto Nadier Martins e Enoque Silva morreram em virtude de câncer de próstata. Eis o texto de Ronaldo Costa:
“Nos últimos cinco meses a radiofonia juazeirense foi tomada pela dor, pelo sofrimento e pelas lágrimas em função de quatro grandes perdas: as mortes dos radialistas Beto Fernandes, Nadier Martins, Wellington Oliveira e, por último, Enoque Silva. Num passado não muito distante, outros já tinham nos deixado como Luiz Antonio, Wálter Junior, Madeilton Alexandre, Leofredo Pereira, Edmilson Tavares, João José, Foguinho, Bosco Aves e Escurinho. Figuras representativas da imprensa que partiram para outra vida e deixaram por aqui o legado do seu trabalho e amor à causa. Dizem que a vida é um livro aberto e, a cada dia, escrevemos uma página da nossa história que só termina com a morte.
Quanto à morte, me vejo diante de uma parábola que me parece lógica. Quando observamos, desde a praia, um veleiro se afastando na direção do alto mar - impelido pela força dos ventos - estamos diante de um espetáculo de beleza rara. O barco vai se distanciando e se torna cada vez menor. Não demora muito e só podemos contemplar um pequeno ponto branco na linha remota e indecisa, onde o mar e o céu se encontram. Quem observa o veleiro sumir, certamente exclamará: já se foi?; Terá sumido? Evaporado? Não, certamente. Apenas o perdemos de vista. O barco continua do mesmo tamanho e com a mesma capacidade que tinha quando estava próximo de nós. Continua tão capaz quanto antes de levar ao destino as cargas recebidas. O veleiro não evaporou, apenas não o podemos mais ver. Entretanto, continua o mesmo. Talvez, no instante em que alguém diz: ‘já se foi’; haverá outras vozes, mais além, a afirmar: lá vem o veleiro!!! Assim é a morte. Quando o veleiro parte levando a preciosa carga de um amor que nos foi caro e o vemos sumir na linha que separa o visível do invisível imaginamos assim, mas apenas o perdemos de vista.
O ser que amamos continua o mesmo, suas conquistas persistem dentro do mistério divino. Nada se perde, a não ser o corpo físico de que não mais necessita. E é assim que, no mesmo instante em que dizemos: ‘já se foi no além’, outro dirá: ‘já está chegando’. Chegou ao destino levando consigo as aquisições feitas durante a vida. Cada um leva sua carga de vícios e virtudes, de afetos e desafetos, até que se resolva por abandonar o que julga desnecessário. A vida é feita de partidas e chegadas. De idas e vindas. Assim, as mortes de todos esses colegas radialistas é para uns a partida e, para muitos outros, a chegada. Um dia todos nós iremos partir como seres mortais que somos... todos nós iremos ao encontro daquele que nos criou. Descansem em paz!”.
“Nos últimos cinco meses a radiofonia juazeirense foi tomada pela dor, pelo sofrimento e pelas lágrimas em função de quatro grandes perdas: as mortes dos radialistas Beto Fernandes, Nadier Martins, Wellington Oliveira e, por último, Enoque Silva. Num passado não muito distante, outros já tinham nos deixado como Luiz Antonio, Wálter Junior, Madeilton Alexandre, Leofredo Pereira, Edmilson Tavares, João José, Foguinho, Bosco Aves e Escurinho. Figuras representativas da imprensa que partiram para outra vida e deixaram por aqui o legado do seu trabalho e amor à causa. Dizem que a vida é um livro aberto e, a cada dia, escrevemos uma página da nossa história que só termina com a morte.
Quanto à morte, me vejo diante de uma parábola que me parece lógica. Quando observamos, desde a praia, um veleiro se afastando na direção do alto mar - impelido pela força dos ventos - estamos diante de um espetáculo de beleza rara. O barco vai se distanciando e se torna cada vez menor. Não demora muito e só podemos contemplar um pequeno ponto branco na linha remota e indecisa, onde o mar e o céu se encontram. Quem observa o veleiro sumir, certamente exclamará: já se foi?; Terá sumido? Evaporado? Não, certamente. Apenas o perdemos de vista. O barco continua do mesmo tamanho e com a mesma capacidade que tinha quando estava próximo de nós. Continua tão capaz quanto antes de levar ao destino as cargas recebidas. O veleiro não evaporou, apenas não o podemos mais ver. Entretanto, continua o mesmo. Talvez, no instante em que alguém diz: ‘já se foi’; haverá outras vozes, mais além, a afirmar: lá vem o veleiro!!! Assim é a morte. Quando o veleiro parte levando a preciosa carga de um amor que nos foi caro e o vemos sumir na linha que separa o visível do invisível imaginamos assim, mas apenas o perdemos de vista.
O ser que amamos continua o mesmo, suas conquistas persistem dentro do mistério divino. Nada se perde, a não ser o corpo físico de que não mais necessita. E é assim que, no mesmo instante em que dizemos: ‘já se foi no além’, outro dirá: ‘já está chegando’. Chegou ao destino levando consigo as aquisições feitas durante a vida. Cada um leva sua carga de vícios e virtudes, de afetos e desafetos, até que se resolva por abandonar o que julga desnecessário. A vida é feita de partidas e chegadas. De idas e vindas. Assim, as mortes de todos esses colegas radialistas é para uns a partida e, para muitos outros, a chegada. Um dia todos nós iremos partir como seres mortais que somos... todos nós iremos ao encontro daquele que nos criou. Descansem em paz!”.
Agência Miséria /Demontier Tenório
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