Camilo e Prefeitos do Cariri ( Foto/ Madson Vagner) |
Os cenários político e econômico na região do Cariri para 2016 são avaliados como indefinidos e dependentes, em parte, de condições naturais. O governador Camilo Santana (PT) e alguns prefeitos da região falam sobre as perspectivas de avanços em setores como saúde e educação, investimentos em infraestrutura, mas revelam que o principal objetivo é superar crises.
Segundo informações da Aprece (Associação dos Municípios do Estado do Ceará), mais de 70% dos gestores municipais do Ceará não conseguirão pagar o 13º salário dos servidores em 2015. A maior cidade do Cariri, Juazeiro do Norte, deve conseguiu pagar os salários, mas vê sua economia crescer em ritmo mais lento que o esperado.
A administração do prefeito Raimundo Macedo (PMDB), tenta absorver a decepção com a divulgação do PIB (Produto Interno Bruto) e a queda de duas posições em relação a outros municípios do estado. Otimista, o prefeito juazeirense diz que a ordem é avançar nas políticas desenvolvimentistas, sem olhar para as posições perdidas.
Apesar do PIB de Juazeiro passar de R$ 2 para R$ 3,2 bilhões, o município não conseguiu manter a terceira colocação atrás apenas de Fortaleza e Maracanaú. Sobral, que passou de R$ 1,7 para R$ R$ 3,3 bilhões e Caucaia que subiu de R$ 1,9 para R$ 4,5 bilhões ultrapassaram Juazeiro. Os dados são do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Em entrevista ao Jornal do Cariri, o governador Camilo Santana (PT) disse que a crise financeira que atinge estados e municípios está ligada as tensões políticas em Brasília. Para Camilo a mudança no Ministério da Fazenda, com a troca de ministros, deve dar novo oxigênio para 2016.
Apesar do otimismo, Camilo ressalta um cenário de incertezas. Para o governador, os três primeiros meses de 2016 serão fundamentais para a mudança de quadro. Camilo chama atenção para a necessidade de nova mentalidade administrativa por parte de gestores públicos para ajudar na superação da crise.
O prefeito do Crato, Ronaldo Mattos (PSC) analisa a situação como um momento para ajustes que, segundo ele, poderiam ter sido feitos com antecedência. Para Ronaldo a tendência é que 2016 traga menos surpresas, já que, as Prefeituras estão se adaptando a esta nova realidade administrativa.
O prefeito de Assaré, Samuel Freire (PT), apesar de comemorar o pagamento de salários em dia e o repasse do 13º, firma na necessidade de diminuir gastos e ajustar a máquina pública para 2016. Para Samuel, a perspectiva é de dificuldades e o desafio é continuar investindo, principalmente em ações contra a seca. O prefeito revela que quando consegue perfurar um poço profundo tem dificuldade, até, para comprar o equipamento de bombeamento.
Além da crise financeira, a possibilidade de colapso hídrico é outra grande preocupação dos gestores. O governador Camilo Santana, falou sobre a necessidade de conclusão das obras da Transposição do Rio São Francisco, pelo Governo Federal, e do Cinturão das Águas, pelo Estado, como principais alternativas para resolver o problema da seca.
Para o governador a falta de chuva tem agravado a situação e forçado o governo a fazer investimentos que poderiam estar sendo direcionados a infraestrutura e outros setores. Segundo Camilo, estão sendo investidos cerca de R$ 250 milhões em ações de combate a seca. Camilo projeta para 2016 a conclusão da 1ª etapa do Cinturão das Águas.
Mas, todo este cenário de crise, não impede o otimismo dos gestores com relação aos investimentos, principalmente, em infraestrutura. Os prefeitos entrevistados, Ronaldo Mattos e Samuel Freire, afirmam que em 2016 devem investir em pavimentações melhorando a malha viária para atender ao constante aumento de veículos. Raimundo Macedo já está com as obras em curso.
Com informações do Blog do Madson Vagner
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