Oposição desiste de Eunício e pressiona Tasso a disputar governo do CE

Senador Tasso Jereissati é apontado como alternativa mais forte da oposição para as eleições de 2018 DIVULGAÇÃO/PSDB


Apesar de ainda sem confirmação oficial, aliança entre Camilo Santana (PT) e Eunício Oliveira (PMDB) já é dada como quase certa entre principais líderes da oposição no Ceará. Sem apostar fichas na adesão do peemedebista, cabeças do bloco PSDB, PSD, PR e SD articulam suas opções para 2018 e ampliam pressão para que Tasso Jereissati (PSDB) entre na disputa.

“O Eunício tem realmente levado a crer, pelas últimas posições tomadas, e até pelos seus deputados na Assembleia, que vai buscar o governo. E nós desejamos que ele seja feliz lá, mas a oposição vai ter candidato”, diz o ex-presidente do PSDB Ceará, Luiz Pontes. Para ele, Tasso é o nome que mais “enriqueceria o debate”. “Muitos querem poder votar nele”.

A “empolgação” de Pontes não é compartilhada pelo próprio Tasso, que, nos últimos meses, tem negado o interesse de entrar na disputa. Líderes do bloco, no entanto, minimizam: “Tasso sempre diz que não vai disputar, mas acaba entrando e ganhando. Não vai ser dessa vez, que ele nem está negando tão enfaticamente, que ele vai sair”, diz Genecias Noronha (SD).

“O líder não é candidato de si próprio, é candidato de uma conjuntura, de um projeto”, avalia Domingos Filho, ex-conselheiro do TCM e próximo ao PSD. “Ele já deu sinais de uma candidatura”, diz, destacando discurso enfático do tucano em convenção do PSDB no mês passado. “Existe um movimento do PSDB de ter candidatos fortes em todo o Nordeste. No Ceará não será diferente”, diz.

Outro líder do bloco de oposição e pré-candidato ao governo, Capitão Wagner (PR) também tem minimizado negativas de Tasso em entrar na disputa. “Pode ser estratégia”, diz. Segundo os líderes, ideia é dividir os quatro espaços da chapa majoritária de 2018 entre as quatro siglas de oposição. Entre os nomes para o Senado, Wagner e Domingos são os mais cotados. Com precedentes

Até o último sábado envolvido na disputa pelo comando do PSDB, Tasso deverá voltar atenções para o Ceará a partir desta semana.

De fato, como apontam os aliados, o senador tem histórico de negar candidaturas até o “último minuto”. Foi o que aconteceu, como lembra Genecias, em sua reeleição ao governo em 1998 e várias outras eleições.

“Ele deu entrevista para Deus e o mundo dizendo que não era candidato. Um pessoal que ficava em volta, como Lúcio Alcântara, Sérgio Machado e Luiz Pontes, ficaram disputando quem ia ser o sucessor. Acabou sendo o próprio Tasso”. Único compromisso do senador hoje é em assumir a direção do Instituto Teotônio Vilela (ITV), braço ideológico do PSDB.

Carlos Mazza / Jornal O POVO



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