Maioria do Senado decide tornar Dilma ré no processo de impeachment

Foto:Reprodução Agência Brasil

O plenário do Senado decidiu dar continuidade ao impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff. Por 59 votos a favor e 21 contra, a Casa aprovou parecer da Comissão Especial de Impeachment, tornando-a, com isso, ré no processo. A decisão abre caminho para que ela seja julgada por crime de responsabilidade. 

Um dia de intenso desgaste, entre discursos de 47 senadores, questões de ordem apresentadas pela oposição e intervalos na sessão no Senado Federal, em Brasília, marcou a leitura do relatório do senador Antônio Anastasia (PSDB). 

Agora, a denúncia segue para julgamento final necessitando de 2/3 dos votos para aprovar o impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff. Em até 48 horas, a acusação deverá apresentar um documento acusatório e testemunhas. O mesmo período terá a defesa para contestar o documento de acusação, conhecido como “libelo acusatório”, e também apresentará testemunhas. A data final para julgamento está prevista para o final do mês de agosto. 

Discursos
Embora peemedebista, a senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), que defende Dilma Rousseff, chamou de “hipocrisia” o processo de julgamento da petista no Senado Federal. Nas redes sociais, a parlamentar afirmou que não houve crime de responsabilidade e disse que há “ódio” e “preconceito”. 

“Esta luta contra o impeachment não é uma luta de partidos. É uma luta contra a hipocrisia. Se ser honesta não valer a pena, não sei do resto. Creio na sua inocência e na sua honestidade. Ela não pode pagar por um crime que não cometeu. O ódio e o preconceito confundem as ideias”, disse.


O senador José Medeiros (PSD-MT) diz ter convicção que houve, por parte de Dilma, violação do decoro do cargo e desrespeito do Congresso, além do “regime constitucional e legal das contas públicas". Durante sua fala no plenário, o parlamentar criticou a política econômica da presidente afastada e afirmou que para muitos brasileiros o sentimento em relação ao governo anterior era de "traição".

Em defesa de Dilma, o senador Paulo Paim (PT-RS) afirmou que a imprensa internacional criticou o processo de impeachment. Ele citou o The New York Times e o The Guardian para afirmar que "o mundo está acompanhando o que acontece no Brasil". O senador disse que o processo de julgamento é ilegal.

Acompanhando o discurso do petista, a senadora Fátima Bezerra (PT-RN) chamou o processo de “golpe” e afirmou que o resultado do julgamento será "um longo período de autoritarismo" e de perda de direitos dos trabalhadores. Segundo ela, há "incitamento ao ódio ao PT e aos movimentos sociais".

Favorável ao impeachment, o senador Gladson Cameli (PP-AC) criticou a “política equivocada da economia” na gestão Dilma. Ele diz que o processo de impedimento foi feito respeitando o devido processo legal, garantindo o direito de ampla defesa. Ele ironizou a tese de “golpe” e chamou a alegação de "grotesca".

Já Aécio Neves (PSDB-MG) se disse a favor do processo por estar “defendendo a Constituição e a democracia”. (com agências)
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