Mulher mais idosa do Ceará é caririense e comemora hoje 114 anos com familiares em Mauriti

“Mãe Deru” nasceu em janeiro de 1902 no município de Mauriti. (Foto: Agência Miséria)

A aposentada Maria Erundina da Conceição, chamada carinhosamente de “Mãe Deru”, comemora nesta quarta-feira 114 anos ostentando a condição de mulher mais idosa do Ceará. Até bem pouco tempo ela residia na Rua Benjamin Constant (Bairro Populares) em Mauriti, mas, recentemente, se mudou com o filho para o Sítio Beija Flor naquele município. A data não será festejada, pois a mesma vive momentos de dificuldades financeiras.

O dinheiro da aposentadoria mal dá para custear as despesas deixando o orçamento dessa mulher centenária “apertado”. “Mãe Deru” nasceu no dia 20 de janeiro de 1902 no Distrito de Nova Santa Cruz em Mauriti e ainda esbanja lucidez. Hoje, alguns familiares irão ao seu encontro e tudo se restringirá a fotografias com a aniversariante. Ela passa a maior parte do tempo na cama, conhece as pessoas e costuma pedir para não deixá-la morrer de fome.

Como diz, a vista está muito cansada e já não consegue caminhar sozinha. Sempre se locomove com a ajuda do filho mais novo, Antonio Nicolau, o “Canjica”, com quem reside. A memória ainda traz à tona os momentos diversos dos encontros que teve com o Padre Cícero Romão Batista e até chegou a se confessar com o sacerdote juazeirense. Quando este morreu em 1934, ela já contava com 32 anos e até acompanhou o sepultamento.

Recorda ainda ter dormido três noites no mato com familiares em função do medo de Lampião e seu bando. Dona Deru era agricultura e conta que criou os oito filhos “no Cabo do Frei Jorge” como costumam apelidar a enxada e se referindo ao trabalho intenso na roça após ficar viúva. Até quatro anos atrás residiu em Brejo Santo, mas o filho decidiu retornar a Mauriti. Ela é, também, conhecida como “Dona Senhorinha” e faz questão de mostrar a certidão de nascimento quando lhe perguntam a idade.

Segundo a médica do Programa Saúde da Família (PSF), Mãe Deru não toma medicação de uso contínuo quando se limita a observar com certa frequência o estado geral dela e a questão nutricional. O município de Mauriti tinha apenas 12 anos de emancipação política quando ela nasceu. Agora, aos 114 anos, a aposentada lembra ter sofrido muito como agricultora para criar os filhos e, ainda hoje, tem dificuldades para sobreviver com o salário da aposentadoria.


Com informações da Agência Miséria/ Repórter Demontier Tenório

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